ARTIGOS PARA O PÚBLICO | PREVENÇÃO DA POLIOMIELITE

Dra. Naomy Helena Wagner
Médica do Centro de Imunização Santa Joana



Para a imunização contra a poliomielite de lactentes e crianças existem dois tipos de vacinas trivalentes (póliovirus 1, 2 e 3):

1) Vírus vivos atenuados, de administração oral (OPV)
2) Vírus inativados, injetável, administrada por via subcutânea ou intramuscular (IPV)
Ambas são altamente imunogênicas e efetivas na prevenção da poli-omielite.


A vacinação com três doses ou mais de OPV induz excelente imunidade intestinal contra a re-infecção por poliovirus, o que explica sua efetividade em controlar a circulação do vírus selvagem. Persiste na faringe por uma a duas semanas após a vacinação, com eliminação fecal prolongada. Suas vantagens são a imunidade intestinal, fácil administração e baixo custo. Seu principal efeito adverso é a paralisia associada à vacina (PAV).

A administração de IPV resulta em 99 a 100% de soroconversão após 3 doses, com imunidade duradoura. Sua imunidade intestinal é desenvolvida de uma forma menos potente que a OPV. É utilizada de forma exclusiva em alguns países da Europa e nenhum efeito adverso foi associado com o uso de IPV.

Nos EUA, desde 1979, todos os casos de poliomielite têm sido associados à vacina oral (OPV). Aproximadamente 8 a 9 casos/ano de PAV são descritos desde 1980. O risco de PPAV é de 1:2,4 milhões de doses de OPV, sendo o risco maior na primeira dose (1:760.000 doses) incluindo os contactantes e, diminuindo para 1:1,5 milhões de doses nas seguintes. Sendo assim, desde o início de 2000, a Academia Americana de Pediatria (AAP) recomenda o uso exclusivo de IPV no programa de imunização dos EUA.

A AAP recomenda o uso de OPV em campanhas de vacinação em massa para controle de surtos de infecção pelo vírus selvagem.

No Brasil a IPV está disponível apenas em apresentações com-binadas com outras vacinas:

1) IPV, tríplice bacteriana acelular, Haemophilus tipo b
2) IPV, tríplice bacteriana acelular, Haemophilus tipo b e hepatite B
3) IPV e tríplice bacteriana acelular para crianças entre cinco e treze anos de idade.

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